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quarta-feira, 13 de março de 2019

Doutrina, necessária?

DÍA 132

“Respondeu-lhes Jesus: O meu ensino não é meu, e sim daquEle que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo” (Jo 7.16,17).

A palavra-chave desta passagem é doutrina. No original, a palavra é didache, que também pode ser traduzida como ensino e significa “uma doutrina formulada e estabelecida”.

Muitos ficaram surpresos com o ensinamento de Jesus e porque não tinha estudado nas escolas rabínicas de sua época (Jo 7.15).

Qualquer um que ensina sobre Deus, sua vida, seus princípios, seus atos, apresenta uma doutrina. Não há como não ter uma doutrina.

Jesus é muito específico sobre de onde vem o ensino: “O meu ensino não é meu, e sim daquEle que me enviou”.

A doutrina na qual baseamos nossos ensinamentos se reflete em nossas ações. Nosso fazer revela se nossa doutrina provém de Deus ou não: “Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo”.

É impossível fazer a vontade de Deus se não conhecemos seus ensinamentos! A doutrina é importante! Em 1Timóteo 4.16 lemos: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”.

Precisamos estar atentos aos ensinamentos da Palavra de Deus em sua totalidade, porque nela encontramos a verdadeira doutrina. Encontramos que Jesus, o Messias a quem o Pai enviou como Salvador do mundo, estava com o Pai antes da criação e que tudo foi criado por Ele e para Ele. Se buscarmos a verdade, vamos encontrá-la. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. E somente por meio dEle seremos salvos.

Incrível!

DÍA 131

“Corria já em meio a festa, e Jesus subiu ao templo e ensinava. Então os judeus se maravilhavam e diziam: Como sabe este letras, sem ter estudado?” (Jo 7.14,15).

Jesus não faz nada sem um propósito específico: “Jesus subiu ao templo e ensinava”. Ele veio para “fazer discípulos”, que é o que Ele ordenou: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, [...] ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19,20).

Seu ensinamento é tão surpreendente e inspirador que nos maravilhamos quando lemos o que Ele ensina e ouvimos sua voz em nossos corações.

Seu ensino contém princípios eternos que se encaixam em todas as culturas, todas as classes, todas as raças, porque são relevantes em todos os tempos, até o dia da sua vinda.

Os judeus disseram: “Como sabe este letras, sem ter estudado?” Apesar de admirados pelos milagres que viram e por seu grande conhecimento, ainda o perseguiam, porque não queriam aceitá-lo como Messias e ignoravam sua verdadeira origem.

Mas graças a Deus que nós, os que o aceitamos e amamos, podemos entender que Ele e seu ensino mudarão nosso pensamento, nosso comportamento, nossa maneira de ser, dando-nos nova vida. Sabemos que Jesus realmente não precisa ir à escola, porque Ele mesmo é Deus. Ele é a sabedoria de Deus.

Deus é o tema e foco de seus ensinamentos. Tudo o que Jesus diz e faz é mostrar quem é Deus e o amor que Ele tem por cada um de nós. Por isso, não devemos estranhar que seus ensinamentos nos maravilhem e guiem à verdadeira plenitude, à verdadeira vida. A chave para a vida cristã é o conhecimento e a aplicação da Palavra de Deus. E Jesus provou isso!

Contradições

DÍA 130

“Ora, os judeus o procuravam [...]. E havia grande murmuração a seu respeito entre as multidões. Uns diziam: Ele é bom. E outros: Não, antes engana o povo. Entretanto, ninguém falava dele abertamente, por ter medo dos judeus” (Jo 7.11-13).

A presença de Jesus atrai as pessoas. Seu miraculoso poder, seu amor, sua autoridade, sua restauração e reconciliação sempre atraem as pessoas. Qual é a principal razão pela qual muitas pessoas deixam de frequentar a igreja e vão procurar em outro lugar? “... o procuravam...”. Muitos estão tentando encontrá-lo. Eles o encontrarão em nossas congregações, em nossa vizinhança, em mim?

Nesta passagem, eram os judeus que o procuravam “e perguntavam: Onde estará ele?” É difícil compreender que ficaram com raiva de Jesus porque Ele tinha curado completamente um homem paralítico no sábado.

Por que alguns se alegram quando veem milagres e outros ficam com raiva, apesar da clara evidência do milagre?

Vemos as contradições. Alguns o procuravam para matá-lo, outros porque o admiravam ou porque necessitavam dEle.

É curioso que, em Apocalipse 3, a Igreja de Laodiceia era uma igreja “morna”. Não tinha o fogo da presença de Deus. Jesus estava perto, batendo à porta da igreja, querendo entrar para abençoar.

A presença de Jesus sempre causa controvérsia. Satanás e suas hostes estão sempre prontos para confundir os outros, prontos para prejudicar as igrejas onde Jesus está presente. Havia tantos rumores sobre Jesus que o povo estava confuso. “Uns diziam: Ele é bom. E outros: Não, antes engana o povo.”

Será que se as congregações estão “mornas”, no estilo da Igreja de Laodiceia, é porque “ninguém falava dele abertamente, por ter medo”?

Senhor, enche-nos com o teu Espírito Santo!

Manipulado pelos meus

DÍA 129

“Mas, depois que seus irmãos subiram para a festa, então subiu ele também, não publicamente, mas em oculto” (Jo 7.10).

A família de Jesus o desafia a mostrar quem ele é. Ele se recusa a ser manipulado pelos seus e tornar-se um “espetáculo”. Jesus não permite que nada o manipule.

Existem muitas pessoas tentando nos influenciar a seguir certo tipo de crença, a modelar certo tipo de comportamento, a seguir certa moda ou filosofia de vida. Muitas vezes somos nós mesmos que nos influenciamos a “fazer” alguma coisa ou tomar determinadas atitudes por motivos egoístas. Outras vezes são as pressões diárias da vida ou as circunstâncias.

Jesus faz apenas o que o Pai pede. Nesta passagem, creio eu, Jesus examina os motivos de seus irmãos e os compara com o que o Pai quer para ele.

No momento em que tomamos a decisão de não nos deixar influenciar por forças alheias à vontade de Deus e decidimos fazer apenas o que vemos Jesus fazer, nosso relacionamento com Deus e nosso espírito se fortalecem para fazer somente o que agrada ao Pai, mesmo que as circunstâncias se tornem cada vez mais difíceis.

Embora Jesus tenha dito que não iria à Festa dos Tabernáculos, mudou de ideia e “subiu ele também”. No entanto, permaneceu “em oculto”.

O que aprendo hoje para minha vida com esta passagem? Que devo examinar todas as pressões que me forçam a adotar certas atitudes? Não importa se são internas, externas ou outras. Devo examiná-las e saber qual é o tempo de Deus para minha vida e para tomar estas ou aquelas decisões, mesmo na vida cotidiana.

Discípulos sem luz

DÍA 128

“Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más” (Jo 7.7).

Uma das características dos discípulos é que somos luz e sal da terra. Onde quer que estejamos levamos luz. Não estamos nos referindo ao fenômeno físico, mas à luz espiritual que resplandece nas trevas.

Brilhamos na escuridão do mundo. Nosso comportamento, nossas palavras, nossas ações mostram a escuridão no mundo e em outras pessoas. E isso traz convicção do pecado. Se a pessoa está pronta para seguir a Jesus, ela se arrepende e começa uma nova vida, mas se ela não quer abandonar o pecado, muitas vezes começa a nos aborrecer.

Quando dizemos “NÃO” ao pecado na frente de nossos familiares, amigos, colegas, levamos luz. Muitas vezes, sem lhes dizer que o que fazem é pecado, nosso testemunho traz convicção do pecado. Isso também produz uma reação contra nós.

Jesus é claramente a “luz do mundo”. Sua presença em nós e através de nós nos torna “luz do mundo” e “sal da terra”.

A Bíblia diz que quando o Espírito Santo viesse convenceria o mundo do pecado. Uma das maneiras de convencer o mundo do pecado é através dos crentes. Convertemo-nos em suas testemunhas.

A consequência do testemunho é a salvação de muitos. O testemunho deve ser acompanhado de oração para que seja Ele quem convença, não nós. Por outro lado, o testemunho também traz perseguição em todos os níveis: casa, família, colegas de trabalho, governos etc. “... mas a mim [Jesus] me odeia [o mundo], porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más.”

O tempo de Deus

DÍA 127

“Disse-lhes, pois, Jesus: O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente” (Jo 7.6).

Diferente de nosso idioma, no qual o tempo é um benefício ou vantagem que aproveitamos, a cultura hebraica tinha dois conceitos para o tempo. O primeiro era o conceito de “cronos”, de onde vem a palavra cronômetro, e significa basicamente o que diz a primeira frase. É o tempo como comumente o manejamos.

O segundo conceito é o tempo “kairós”; poderíamos dizer que é o tempo em que ocorrerá um evento que só Deus sabe quando vai acontecer. Um exemplo deste tipo de tempo é o parto normal de um bebê. Os médicos podem “diagnosticar” mais ou menos quando o bebê vai nascer, mas ele nasce realmente no tempo que Deus planejou.

Jesus diz: “meu kairós ainda não chegou” e refere-se ao cumprimento completo do propósito de Deus para ele.

Por outro lado, ele diz aos seus irmãos, vocês me conhecem como pessoa, como seu parente, mas ainda não me conhecem como seu Senhor, seu Messias, seu Salvador.

Hoje há muitos que vivem seu tempo de forma “cronos”, ou seja, esperando o tempo passar, vivendo uma vida de monotonia, de relógio, de compromissos, de tarefas etc. No entanto, “na plenitude dos tempos”, no TEMPO DE DEUS, quando Ele nos salva e Jesus se converte em residente e presidente de nossas vidas, tudo muda! Entramos numa nova dimensão, o “kairos” de Deus. É nesta dimensão que veremos os propósitos de Deus cumprindo-se em nossas vidas e assim a sua missão cumprindo-se através de nós, para sua honra e glória.

Tenho meus irmãos contra mim

DÍA 126

“... Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele” (Jo 7.2-5).

Havia uma grande celebração em Jerusalém todos os anos, em setembro ou outubro, chamada de Festa dos Tabernáculos ou das tendas (barracas). Muitos judeus iam a Jerusalém. Agora os íntimos de Jesus o incentivam a ir e demonstrar quem realmente Ele é.

O apóstolo João diz: “nem mesmo os seus irmãos criam nele”.

Jesus tinha os próprios familiares contra si. Realmente não era uma agressão passiva, mas questionavam todas as suas “obras”, seus movimentos, suas palavras.

Se no capítulo 5 os judeus tornaram-se inimigos de Jesus, no capítulo 6, vemos que muitos de seus discípulos o abandonaram e muitos outros procuravam um modo de matá-lo. Agora, no capítulo 7, são os mais próximos que o desafiam e tentam: “Deixa este lugar e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque ninguém há que procure ser conhecido em público e, contudo, realize os seus feitos em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo” (vv. 3,4).

A lição que aprendemos hoje é que realmente não temos que demonstrar a ninguém quem somos “em Cristo”. Como crentes, se formos fiéis a Deus, experimentaremos incompreensão e seremos questionados e, muitas vezes, perseguidos e caluniados. Se Jesus era Deus, santo, justo, misericordioso e piedoso, e eles procuravam matá-lo, o que podemos esperar? Realmente nosso fundamento é Cristo, ELE é a nossa poderosa rocha, nEle estamos mais do que seguros apesar da incompreensão dos mais íntimos.

Como diz Salmo 27.10: “Porque se meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me acolherá”.

Preservando a vida

DÍA 125

“Passadas estas coisas, Jesus andava pela Galileia, porque não desejava percorrer a Judeia, visto que os judeus procuravam matá-lo” (Jo 7.1).

Na Judeia Jesus curou um paralítico no sábado. Muitas vezes, fazer a vontade de Deus traz incompreensão e oposição, como expresso em João 5.18: “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.

Portanto, Jesus “não desejava percorrer a Judeia, visto que os judeus procuravam matá-lo”. A atitude de Jesus de preservar sua vida nos mostra o que devemos levar em conta como cristãos.

Não tomar ações arriscadas por gosto. Jesus sabia que ainda não era hora de cumprir o propósito de Deus para Ele.
Ele morreria na Judeia dois anos depois, mas sabia que ainda tinha que cuidar de seu grupo de discípulos. Não seria imprudente com suas ações e cuidaria de seu tempo com a melhor mordomia.

Há crentes hoje que estão sendo martirizados e arriscam suas vidas pelo evangelho. Eles sabem que estão no centro da vontade de Deus. Devemos constantemente orar pela igreja perseguida. Um dia, a perseguição será esmagadora em quase todo o mundo. Devemos estar prontos para enfrentar esse nível de sofrimento.

No entanto, se hoje ainda há liberdade de culto e de proclamação do evangelho, é hora de sermos prudentes e tirarmos proveito da liberdade civil para expandir o reino de Deus de forma mais eficiente e eficaz antes que as portas se fechem em algumas de nossas nações.

Traição

DÍA 124

“Replicou-lhes Jesus: Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo. Referia-se ele a Judas, filho de Simão Iscariotes; porque era quem estava para traí-lo, sendo um dos doze” (Jo 6.70,71).

Judas é um dos personagens bíblicos mais desprezados e odiados, e com razão, pois traiu a Jesus.

Pedro também falhou com Jesus, mas ele se arrependeu e foi cheio do Espírito Santo. Lemos em Salmo 143.2: “Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente”.

Em João 6.66 muitos vão e traem Jesus.

Quem está isento de se tornar um traidor? Ninguém! Judas era um discípulo que expulsou demônios, realizou milagres, era uma pessoa muito confiável no grupo (ele era o tesoureiro), mas em um instante se tornou um traidor.

Por que a dúvida entrou em seu coração? Por que essa maldade? Em Hebreus 3.12,13 lemos: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”.

Há uma frase curiosa nesta passagem: “Contudo, um de vós é diabo”. Em outras palavras, mais um do exército de Satanás.

A advertência de Jesus é severa. Pergunta aos Doze: “quereis também vós outros retirar-vos?”

Temos um amigo fiel que nos ensina, corrige e adverte quando tomamos uma má decisão: o Espírito Santo. Jesus disse: “Não vos deixarei órfãos” (Jo 14.18a). Temos também armas contra o inimigo: a oração e a Palavra de Deus. Que ouçamos com atenção a sua voz e nunca nos afastemos dEle, para que quando Jesus voltar, encontre-nos fiéis a ELE.

Um “tiro” no coração

DÍA 123

“Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” (Jo 6.67-69).

Depois da multiplicação dos pães, Jesus declara que Ele é o verdadeiro pão. Jesus convida a multidão a alimentar-se dEle, mas ela não o compreende, o julga. Jesus dá apenas uma opção, colocar a fé somente nEle e não depender de nada mais. Em outras palavras, a morte de suas “seguranças”. Estas são palavras duras e difíceis (“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”). Muitos discípulos vão “encolher” ante as circunstâncias e ir embora (“muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele”).

Agora Jesus chama os mais íntimos e lança uma pergunta direta ao coração. É uma pergunta sem rodeios. É uma pergunta que exige ir ou ficar. Não há dois caminhos, Jesus é o único caminho: “quereis também vós outros retirar-vos?” Hoje nos pergunta o mesmo. Por que me seguem, pelos benefícios que há no reino, pelo populismo das massas, pelas garantias eternas?

Existe apenas uma resposta: Senhor, não há outro lugar para ir senão a ti. Pedro mostra o ponto central quando responde: “Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna”.

A resposta tem duas chaves: (1) Jesus é o único que satisfaz com vida real (“Tu tens as palavras da vida eterna”); (2) e crer em Jesus como o único Libertador (“e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”). É bom que Jesus “atire” em nossos corações, para que nos alcance por seu amor e confrontação.

Discipulado 666

DÍA 122

Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. João 6:66

João 6.66 (666) é um dos versículos mais tristes da Bíblia. Relata o cumprimento da missão de Satanás: “À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com Ele”. A missão satânica é levar o maior número possível de pessoas para o inferno! Sua missão é fazer com que os discípulos de Cristo murmurem uns contra os outros! “Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza?” (6.61).

Quando todos nós, como crentes, somos confrontados com a realidade do discipulado, que é depender absolutamente de Jesus em todos os aspectos de nossa vida, nossa expressão é: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (6.60b).

O discipulado celestial, o seguir a Jesus Cristo para moldar seus ensinos em conduta e ações, exige uma entrega extrema, completa, absoluta, irreversível! Exige a renúncia de tudo que somos.

Mais uma vez, Jesus apresenta seu propósito de morrer para nos dar a vida eterna: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele” (6.56).

Para nos alimentarmos dEle e permanecermos nEle, Jesus deve morrer. Ele diz: “Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (vv. 62,63).

Estamos dispostos a moldar nossa vida e morrer para nós mesmos para sermos ressuscitados? Se não o fizermos, tornamo-nos “discípulos 666” (“muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com Ele”).

Comunhão extrema

DÍA 121

“... Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele...” (Jo 6.52-59).

Antes de comer “a carne de Cristo” e beber “seu sangue” é necessário refletir sobre o que fazemos. Nunca devemos tomá-los levianamente. Este é um meio de graça pelo qual Jesus nos convida a ter uma comunhão íntima com Ele. Lembremos do sofrimento que Jesus passou para a remissão de nossos pecados.

Pelo poder de seu sangue recebemos limpeza de mente e coração e, como diz Hebreus 4.15,16: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”.

Jesus é santo e seu templo tem que estar limpo.

A luz não pode coexistir com a escuridão. No Antigo Testamento, se alguém se aproximava da presença de Deus estando impuro, morria. Êxodo 19.21,22 diz: “e o SENHOR disse a Moisés: Desce, adverte ao povo que não traspasse o limite até ao SENHOR para vê-lo, a fim de muitos deles não perecerem. Também os sacerdotes, que se chegam ao SENHOR, se hão de consagrar, para que o SENHOR não os fira”.

Hoje não só podemos nos aproximar de Deus, mas Ele próprio habita, vive, permanece em mim e eu nEle. 1João 1.6,7 diz: “Se dissermos que mantemos comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.

Abutres que comem pão em vez de carne

DÍA 120

“... Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne” (Jo 6.47-51).

A palavra-chave destes versículos é pão: “Eu sou o pão da vida”; “Este é o pão que desce do céu”; “Eu sou o pão vivo”. Se há um pão verdadeiro, este é Jesus Cristo. Ele é o único que dá vida, o único que vem do céu e o único que hoje está vivo. Quem come o verdadeiro pão não morrerá e “viverá eternamente”. Jesus anuncia que ELE, como “pão”, vai entregar completamente “sua carne” e que ELE a dá “pela vida do mundo”.

Nos tempos antigos, este ensinamento bíblico foi muito mal interpretado, e culpavam os cristãos de canibais. O ensinamento de Jesus não é literal. Ele diz: Eu sou o verdadeiro alimento; Eu sou o único que realmente satisfaz; Eu sou o único que realmente nutre. Como comemos dEle? A chave é total dependência, obediência e adoração a Jesus. Qualquer outra dependência que não seja de Jesus, por mais saudável que pareça, traz morte. Jesus disse: “Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram”.

Em Mateus 24, Jesus apresenta os cristãos como abutres (a versão King James diz águias). Esta passagem fala sobre o sinal do fim dos tempos (“... que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século...”). Como cristãos, estamos tão desesperados por sua presença que seremos como aves de rapina que procuram a todo o custo “o cadáver” para se alimentar e sobreviver. Ele vive! Ele é o alimento vivo e que dá a vida! Quando a igreja depender dEle desta maneira, então sua volta será iminente. “... e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.”

A pessoa e a ação-chave

DÍA 119

“... Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim...” (Jo 6.43-46).

Jesus identifica o problema dos murmuradores: Não estão orando! “E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.”

Murmuração é o fruto de ouvir a si mesmo, em vez de ouvir o Pai. A murmuração acontece por concentrar-se em si mesmo, por viver de forma egoísta, buscando apenas satisfazer-se.

Vemos como João Batista tinha comunhão com o Pai. João 1.33 diz: “Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.”

Em Lucas 2.26 lemos sobre Simeão: “Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor”. Estas pessoas estavam em contato com o Pai, por isso, quando viram Jesus, elas reconheceram Jesus como o Salvador, o Messias. Para elas, não havia sombra de dúvida e muito menos murmuração.

Se pedirmos ao Pai, se o buscarmos de todo o coração e se estivermos atentos às suas palavras, Deus Pai nos guiará a Jesus. “E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.”

Só Jesus viu o Pai, portanto apenas ele pode nos guiar ao Pai: “Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto” (v. 46).

Hoje é o dia de buscar a Deus, de falar com Ele e de ouvir sua voz através da oração e da leitura de sua Palavra.

Juízo às cegas

DÍA 118

“Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu. E diziam: Não é este Jesus, o filho de José? Acaso, não lhe conhecemos o pai e a mãe? Como, pois, agora diz: Desci do céu?” (Jo 6.41,42).

Conheço minha esposa e a amo. Conheço meus pais e os amo. Conheço meus irmãos e os amo, mas como posso amar quem não conheço? Os judeus mencionados nesta passagem pensavam que conheciam Jesus, o que é ainda mais perigoso porque eles murmuravam contra Ele sem saber a quem estavam se opondo e sem conhecer a fundo os detalhes de sua encarnação.

Por que os reis magos que vieram do Oriente investigaram sobre a verdade, sobre as profecias, sobre Jesus e viajaram por muitos dias para honrá-lo, adorá-lo e reconhecer sua soberania?

Em Hebreus 11.27 lemos: “Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê Aquele que é invisível”. Quais são as razões pelas quais muitos dos profetas e pessoas que viveram anos antes da vinda do Messias já sabiam quem era Cristo, e outras pessoas que ainda estavam à sua espera não o reconheceram? Temos o poderoso testemunho de Simeão e João Batista, mas, por outro lado, temos a rejeição e condenação de alguns dos judeus.

Creio que uma das respostas é que tinham muitas informações sobre as leis de Deus, mas não estavam buscando com todo o coração. Porque a pessoa que busca a Deus de todo o coração o encontra.

São pessoas que estão cegas espiritualmente. Não percebem que ao seu lado está aquele que pode satisfazer as maiores necessidades: o perdão, a presença de Jesus em suas vidas e a vida eterna.

Que nosso coração permaneça sensível e atento às verdades da Palavra de Deus.

Focado

DÍA 117

“E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nEle crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.39,40).

Aqui está uma equação: “a vontade de quem me enviou” (v. 39)... “a vontade de meu Pai” (v. 40) = “que nenhum eu perca de todos os que me deu” (v. 39)... “todo homem que vir o Filho e nEle crer” (v. 40) = “eu o ressuscitarei no último dia” (v. 39)... “tenha a vida eterna” (v. 40).

O coração da equação é: “todo homem que vir o Filho e nEle crer” (v. 40).

A vontade de Deus é que, enquanto vemos o Filho, Jesus Cristo, também creiamos nEle.

Jesus disse: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8).

Ver e crer! Estão relacionados a ter um coração limpo. E ter um coração limpo depende da obra do Espírito Santo em nossas vidas, santificando-o completamente.

Para receber o Espírito Santo exige-se uma obediência radical a tudo que a Bíblia e Deus nos dizem: “Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade...” (Jo 14.14-17).

Esta passagem nos mostra o coração misericordioso e amoroso de Deus por toda a humanidade. Sua vontade é que ninguém se perca. Deus deu seu Filho por nós e seu Filho deu a própria vida.

Hoje eu não posso ver Jesus com os olhos físicos, mas com a minha mente e coração. Recebemos respostas às nossas orações, conforto, milagres, paz e bênção sobre bênção. Façamos a nossa parte, para que outros possam ver Jesus.

Batatas fritas doces

DÍA 116

“Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. Porém eu já vos disse que, embora me tenhais visto, não credes. Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.35-37).

Alguns da multidão estão desafiando Jesus a fazer algo tão espetacular como o maná. Algo para descer do céu como o maná. Êxodo e Números dizem-nos que o maná parecia “batatas fritas”, mas doces. Quem não gosta de batatas fritas? Este maná era uma figura de Cristo. Amassavam-no, coziam e saía azeite novo; era doce como mel.

O maná era temporário. Servia apenas para um dia durante a semana e para dois dias no fim de semana. Era o alimento vital para os que marchavam à terra prometida, mas no dia em que chegaram, cessou.

Cristo agora propõe um novo maná: (1) É eterno, dá a vida eterna (“o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo”). (2) Cessa a fome e sede espiritual completamente (“jamais terá fome [...] jamais terá sede”). (3) Está disponível para todo “que crê em mim [...]; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”.

É muito reconfortante saber que podemos nos aproximar de Jesus com confiança, sem que Ele nos rejeite.

Os israelitas estavam enojados do maná (“Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná”, Nm 11.6). Mas agora há um novo maná: Jesus Cristo, que satisfaz todas as áreas de nossa vida (“Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade”), que nunca cessa, nunca deixará de ser. Jesus disse: “Eu sou o pão da vida”. “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.8).

Eu não quero cozinhar mais!


DÍA 115

“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão” (Jo 6.32-34).

Um grupo de pessoas, muito impressionado com o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, busca a Jesus e quer saber como multiplicar pães. É um bom negócio! Eles questionam Jesus e até citam a Bíblia (“como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu”).

Eles vão fazer um pedido (oração) interessante: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Observe que eles não entenderam o que Jesus disse: “o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá...”. Além do mais, eles queriam pão fácil: “dá-nos sempre desse pão”.

Em outras palavras, “ajuda-nos a não ter de comprá-lo, nem ter de cozinhá-lo; uma vez que você tem o poder de multiplicar o pão, por que continuar trabalhando?”

Muitos poderiam cair na armadilha de pedir para o próprio conforto e benefício.

Jesus lhes disse: “o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá”. Em outras palavras, não busquem onde não devem, ou em milagres. Só Jesus satisfaz! Só Ele, que vem de Deus, é o pão que satisfaz.

Na oração do Pai Nosso, Jesus também nos diz para pedir “o pão nosso de cada dia”. Com este pedido chegamos à mesma conclusão: é Deus quem provê diariamente o que precisamos, tanto física como espiritualmente.

Sim, precisamos pedir-lhe diariamente para que com humildade possamos reconhecer que é Deus quem provê e para que nunca nos esqueçamos que é por meio dele que recebemos tudo que precisamos.

E o que mais necessitamos é o pão da vida, Jesus, de manhã, à tarde, à noite e a cada respirar de nossas vidas.

Queremos um “milagrezinho” mais poderoso


DÍA 114

“Então, lhe disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu” (Jo 6.30,31).

Arrogância, soberba, questionamento impróprio a Jesus, a seu ensino e milagres não são apenas obras carnais, mas satânicas. Aqueles que o questionam perguntaram a Jesus: “Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti?”

Qual é a nossa atitude para com Jesus? Por que existem pessoas que não acreditam nEle e o questionam, apesar de terem visto seus milagres?

Você já conheceu pessoas que não querem saber nada sobre Jesus, porque Ele não tem dado o que elas pediram? As Escrituras nos falam sobre pessoas com um coração endurecido.

Aqueles que se dirigem a Jesus, ignorando que foi Deus, e não Moisés, que milagrosamente enviou maná no deserto, agora comparam Jesus com Moisés; são realmente incomparáveis.

Eles querem um milagre mais poderoso! Estão ignorando o milagre da multiplicação dos pães! Eles querem algo mais lucrativo, mas não estão dispostos a ser como o rapaz que deu tudo para que Jesus multiplicasse. Eles não querem dar nada, apenas receber para si mesmos. Que Deus nos livre desse tipo de caráter e pecado!

Com toda a dureza de coração de alguns daqueles que conhecemos hoje, oro para que Deus abra os olhos de muitos deles, para que se convertam das trevas para a luz e do poder de Satanás para Deus; para que recebam, pela fé em Jesus, o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados. Que, assim como Deus teve misericórdia de mim, muitos também possam chegar até ELE.